Eu ouvi falar que golfinhos salvam a vida de pessoas por que consideram elas lixo no mar. Por isso tiram do seu território. Porém, eu não acreditei muito nisso. Por que elas se dariam tanto ao trabalho de afastar tubarões, levar até a beira da praia etc. Então, gente. esse texto que eu li no Quora é bem lúcido e acho mais próximo da verdade. Vou deixar o link aqui:
https://www.quora.com/Why-do-dolphins-and-whales-protect-humans-and-how-do-they-know-that-humans-need-help
Resumidamente, ele diz que as espécies de mamíferos marinhos salvam humanos por que sentem simpatia e também por que entre tubarões e humanos, por exemplo, sabem que os seres humanos são mais simpáticos e vice-versa. É como acontece quando um leão-marinho pula em um barco humano para se salvar de tubarões. Ele sabe que tem mais chances de sobrevivência. E isso acontece por que as espécies possuem simpatia umas pelas outras. Empatia, até talvez.
A questão aqui que eu acho mais interessante é que a um relacionamento inter espécie. Eu sempre acreditei que as espécies, em certos pontos, fazem acordos entre si para sobrevivência. E os vertebrados, principalmente, conseguem ter uma certa comunicação entre eles. Conseguem se ajudar.
Mais um motivo que eu acho que a civilização humana, quando de fato evoluída em todas as esferas, irá não apenas deixar de predar os animais como também ajudá-los.
E também acho muito importante a tomada de consciência de que outras espécies não são coisas, são como nós. Nascem e temem a morte. Sentem prazer na vida. Buscam sempre algo. Sofrem. São irmãos animais. É como se fôssemos todos uma grande espécie.
Ah, e nesse artigo ele fala ainda que na casa do primo dele, era comum os golfinhos irem lá para apenas brincar. E falo de golfinhos livres, não esses coitados torturados em parque aquáticos (que deveriam ser fechados e seus animais remanejados para santuários).
Quer mais um exemplo? Aqui em Laguna/SC os golfinhos e pescadores trabalham juntos na pesca. Trabalham mesmo. Eles cercam os cardumes enquanto os pescadores lançam as redes. Chegaram até mesmo a desenvolver uma comunicação interespécie. Incrível, né? Eu acho muito natural. Já pensou, que incrível, se todas as pessoas tiverem consciência de que o mundo é muito maior do que se pensa?
Deixo a reportagem na íntegra. Boa leitura:
Mestranda da UFSC estuda a ação dos golfinhos - também chamados botos pelos pescadores
Foto: Carolina Bezamat / Divulgação
"A relação entre os golfinhos e pescadores de Laguna, no Sul de Santa Catarina, é comprovadamente única. Naquela região, os animais ajudam os seres humanos a pescar e, para se comunicar, criaram o próprio dialeto.
Uma gíria entre os golfinhos, em formato de assobio, avisa quando começa o trabalho. A descoberta é resultado de uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A parceria funciona assim: os golfinhos cercam o cardume e os pescadores arrebanham as tainhas com a rede. Uma parte dos peixes acaba dispersa para que os ajudantes também possam comer.
Esse tipo de relação é chamada de cooperação. Os registros informais, descritos pela população da região, datam que a amizade entre pescadores e golfinhos existe há mais de um século. A responsável pelas análises dos sons emitidos pelos animais durante a pesca é a mestranda Bianca Romeu, 28 anos. Ela recebe a orientação do professor Fábio Daura Jorge, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e coorientação de Paulo Simões Lopes da UFSC, o primeiro pesquisador a descrever a cooperação no final da década de 1980. |
Em meio a carcaças do laboratório de mamíferos aquáticos e o cheiro forte de formol, a estudante escuta as mais de 90 gravações de cinco minutos – mais de 7 horas – com sons da espécie Tursiops truncatus, os golfinhos de Laguna – algumas vezes chamados de botos.
Sons são captados com hidrofone durante a pesca
Durante 2013, ela visitou a cidade pelo menos uma vez por semana para fazer as gravações. Usou um hidrofone – microfone que pode ser colocado embaixo da água – que capta até 48 Megahertz (MHz) de frequência. O ouvido do ser humano consegue escutar até 20 MHz, em média.
A pesquisadora entrou na água, próxima aos animais, e esperou eles se movimentarem para a pesca. Segundo ela, os golfinhos emitem assobios diferentes naquele exato momento, alguns perceptíveis para a audição humana. Uma espécie de gíria para a hora da pesca.
– O desafio é descobrir se é uma característica daquele grupo de golfinhos, ou se é uma característica desenvolvida por determinados indivíduos – explica Bianca.
Para resolver o dilema, com a ajuda da colega Carolina Bezamat, ela fotografa cada um dos golfinhos no momento em que saltam para fora da água. Os animais possuem marcas diferentes nas nadadeiras, o que facilita a identificação.
No final da pesquisa, que será defendida em fevereiro de 2015, a jovem pesquisadora poderá definir uma característica única para aquela comunidade de golfinhos de Laguna – ou de alguns indíviduos dela. Fruto da interação com o ser humano. "
Link da reportagem original: http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2014/02/golfinhos-de-laguna-tem-giria-propria-para-pescar-com-humanos-diz-pesquisa-4420130.html